Resultado representa alta de 35% ante o mesmo período do ano anterior
A Valid, multinacional brasileira que desenvolve soluções de identificação segura, informou que obteve lucro líquido de R$ 80 milhões (crescimento de 35% ante o mesmo período do ano anterior), no segundo trimestre deste ano, totalizando R$ 228 milhões no semestre (crescimento de 95% ano a ano).
O Ebitda no período foi de R$ 129 milhões, queda de 4% frente ao mesmo período de 2023, com a margem ficando em 25%, mesmo patamar do 2º trimestre de 2023. No acumulado do ano, a Valid registrou R$ 245 milhões de Ebitda, redução de 12% frente ao primeiro semestre de 2023, com margem acumulada de 24,5%.
Já a receita líquida alcançou R$ 518 milhões, redução de 3% frente ao mesmo período do ano passado, e aumento de 7% frente ao primeiro trimestre de 2024. No primeiro semestre do ano, a receita líquida atingiu R$ 1 bilhão, queda de 6% frente ao mesmo período de 2023. A dinâmica do faturamento se manteve semelhante ao observado nos três primeiros do ano, ou seja, melhoria de vendas em ID & Governo Digital, estabilidade em Payments e queda em Mobile quando comparado ao ano anterior.
Apesar das quedas registradas, o CEO da Valid, Ilson Bressan, destacou que “o resultado do segundo trimestre de 2024 indica como a empresa está bem-posicionada para continuar avançando muito forte”. “Nosso caixa líquido está positivo em R$ 136 milhões, a gente nunca antes teve um caixa líquido tão forte. Isso habilita a gente a poder dar passos maiores no crescimento inorgânico”, acrescentou.
A empresa destacou seu reposicionamento em soluções, movimento iniciado em 2022, que já gera resultados expressivos em sua composição de receita. No final de 2023, as novas soluções representavam 6% da receita da companhia. Já no primeiro semestre deste ano, elas saltaram para 8,5%, respondendo por R$ 86 milhões do faturamento no período.
Entre as principais soluções que compõe a frente de novos negócios estão a digitalização de serviços públicos e interoperabilidade de dados, fruto da parceria com a Cybernetica; soluções de onboarding digital, que têm sido impulsionadas pela capacidade adquirida após a compra da FlexDoc; e chips de nova geração, como e-SIM e i-SIM, soluções que já representam cerca de 10% de toda a vertical de Conectividade Segura.
A meta dos próximos três anos é fazer com que a participação dessas receitas chegue entre 20% e 25% do faturamento da Valid. Para isso, Bressan afirma que a companhia não descarta realizar M&As estratégicos para complementar soluções.
Governo Digital
Nos mercados já consolidados, o grande destaque segue sendo Governo Digital e ID, impulsionado pelo aumento na emissão das novas Carteiras de Identidade Nacionais (CINs), Selo Água e contratos firmados com governos da Bahia, Maranhão e a ampliação dos serviços prestados ao Ceará.
Em pagamentos, os resultados seguiram estáveis, além da empresa ter lançado dois novos cartões em 2024, pioneiros no país: o 100% em braille e o cartão biométrico, que adicionam maior segurança para as transações.
A Valid também vê um melhor ambiente de negócio em Mobile e OEM, frente que começa a se recuperar depois de passar os últimos trimestres pressionado pelo excesso de oferta de SIM Cards no pós-pandemia. A divisão ainda apresentou queda, mas a perspectiva é de crescimento ao longo dos próximos meses.
Para os próximos trimestres, os esforços da Valid em Governo Digital estão concentrados no ramp-up das soluções e na expansão da base de clientes, enquanto a entrada em novas indústrias, além do segmento financeiro, é o principal foco em onboarding.
“Os mercados de tecnologia SIM e de cartões bancários estão passando por mudanças significativas. Os chips SIM seguem sendo relevantes e com alta demanda, mesmo que em queda. Os cartões, mesmo com a criação do PIX, seguem sendo importante para a materialização da experiência bancária e a distribuição de benefícios sociais. Estamos falando de mudanças iniciadas agora, mas que podem demorar décadas até chegarem a um fim”, conta Bressan.