Na contramão de techs, Valid cresce dois dígitos e volta a mirar M&A, diz CEO
Institucional
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Mar 5, 2024

Na contramão de techs, Valid cresce dois dígitos e volta a mirar M&A, diz CEO

Na contramão de techs, Valid cresce dois dígitos e volta a mirar M&A, diz CEO

Os anos recentes de juros elevados na economia brasileira têm afetado em
particular as empresas de tecnologia, em razão da desaceleração do rápido crescimento inerente
ao modelo com que operam. Para a Valid (VLID3), os resultados do segundo trimestre mostraram
um caso que foge à regra com aumento das receitas e do Ebitda na casa de dois dígitos em suas
verticais de negócios.

A empresa de tecnologia que atua com a integração de soluções de identificação com segurança
para ecossistemas de ID, mobile e meios de pagamento - suas três principais verticais - ampliou em
17% as receitas na base anual no período, para R$ 534 milhões.

O Ebitda foi de R$ 135 milhões, com expansão de 13% na mesma base de comparação. A margem
Ebitda ficou em 25,2%, abaixo dos 26,2% um ano antes.Há dois anos, estava em 13,0%.

“Não é apenas uma história de ganho de eficiência mas também de crescimento. O aumento do
Ebitda no semestre foi de 30%, o que consideramos expressivo porque no ano passado tivemos o
recorde histórico da companhia”, disse Ivan Murias,CEO da Valid, àBloomberg Línea.

Os números de expansão também vieram acompanhados do aumento da geração de caixa
operacional, que ficou em R$ 98 milhões. “Conseguimos ampliar a nossa capacidade de converter
Ebitda em caixa”, disse Murias, citando como fator para essa condição uma amortização de dívida
no fim de 2022.

Essa geração foi equivalente a 73% do Ebitda do período, acima dos 39% de janeiro a março.

“Isso nos ajuda a acumular um caixa para poder eventualmente voltar a olhar para um M&A, como
fizemos recentemente com a Flexdoc, e a viabilizar os nossos fomentos, como o financiamento de
governos digitais e a transformação da indústria do eSIM”, disse o executivo. O eSIM é um chip
digital instalado já dentro do hardware, como um celular, que permite ativá-lo sem a necessidade
de cartão físico.

A Flexdoc é empresa que atua com autenticação e validação de documentos para análise de
fraudes adquirida em maio por R$ 20 milhões à vista mais um valor que depende de seus
resultados.

A geração de caixa também permitiu o pagamento no último dia 31 de julho de Juros sobre o
Capital Próprio (JCP) equivalentes a R$ 0,20 por ação, totalizando R$ 16 milhões referentes ao
primeiro trimestre.

Murias, um executivo com 20 anos de experiência no setor de varejo que assumiu o comando há
três anos, comandou o processo de reorganização dos negócios da companhia nas três verticais
citadas.

No período, a Valid também reduziu a sua alavancagem, um ponto que se tornou ainda mais
observado por investidores e analistas depois da série de crises corporativas dos primeiros meses
do ano.

A empresa pagou R$ 130 milhões de sua dívida bruta no período. Isso se refletiu na queda da
alavancagem para 0,5x a dívida líquida/Ebitda, o menor patamar de sua história.

A ação da Valid acumula valorização de 75% neste ano e de cerca de 50% em 12 meses. O volume
financeiro médio diário de negociação subiu 111% no segundo trimestre em relação ao primeiro e
abriu caminho para a inclusão do papel na primeira prévia do Índice de SmallCaps da B3, que vai
vigorar a partir de setembro.

“Isso tem trazido um acréscimo interessante de volume diário para o papel porque os diferentes
índices que replicam o de small caps são levados a comprar o papel para replicar a performance”,
explicou, apontando que os ganhos têm beneficiado fundos que carregam a ação da Valid há mais
tempo.

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